O trabalho apresentado em vídeo retrata o ensino do ballet nas escolas e academias no Brasil. A dança nas escolas normalmente está inserida nos conteúdos da Educação Física e são divididos em três blocos: esportes, jogos, lutas e ginásticas; conhecimentos sobre o corpo; e atividades rítmicas e expressivas. É neste último bloco que a dança está inserida como um conteúdo a ser trabalhado na escola.
Os principais problemas enfrentados pelo ensino de dança por meio da Educação Física escolar são a falta de preparo e conhecimento dos professores de Educação Física ao desenvolverem o conteúdo dança na escola, a questão do preconceito e a dificuldade da participação masculina em atividades rítmicas e/ou dançantes. O que normalmente acontece é que a dança fica restrita ao ballet e assim surgem mais preconceitos de colocar um menino para participar da aula. A visão da sociedade é que atividades relacionadas ao corpo, ao sentir, emocionar-se, com movimentos associados à graça, leveza e delicadeza são exclusivamente coisa de mulher.
No meu trabalho faço uma crítica a esse monocentrismo na escolha da modalidade da dança a ser ministrada nas escolas. Quando falo em escolas me refiro ao ensino formal (primeiro e segundo graus) e academias de dança. Todas tendem a focar no ballet, não valorizando os outros tipos.
Muitas escolas formais já definem que a dança do ano letivo inteiro vai ser o ballet e não perguntam a opinião da professora de dança. É uma imposição. Nas academias de dança (escolas informais) só valorizam o ballet, sendo muito visível a discriminação. Por exemplo, podemos citar que bolsas de estudo são oferecidas para os alunos do ballet e que o maior número de coreografias a serem dançadas na apresentação de final de ano é do ballet.
No final de meu vídeo coloquei um pequeno trecho da música “O que se cala – Elza Soares”, para reflexão de toda a minha fala anterior.
Entendemos que a escola, por meio da dança, possibilita outras formas de vivências corporais, buscando resgatar a sua historicidade e sua importância.
O vídeo no final veio para concluir toda a minha crítica, pois devemos discutir o lugar social que cada indivíduo se apresenta ao mundo, abrindo espaço para grupos historicamente reprimidos.
E isso poderá começar melhorando com as aulas de danças escolares, com mais foco nas danças locais, as de origem afro e tirar do lugar comum as que nos foram doutrinadas para a gente em destaque admirar.
https://drive.google.com/file/d/1V3cflKSkih47INcmpUELuidnGsJbfg-Y/view?usp=sharing
Estudante de licenciatura em dança na UFRJ. Profissional sindicalizada do movimento charme.